quinta-feira, abril 07, 2005

Pensamento de um arquitecto

Deve haver algo de muito masoquista em mim ... ainda mal digeri o malfadado facto de não ter conseguido bilhetes para a inauguração da Casa da Música e cá estou eu de volta ao mesmo assunto! E pensar que este espaço ostenta, arrogantemente, o apelido de "diversos"! Adiante, melhores dias hão-de vir ...
Desta vez, trago-vos um excerto da entrevista de Rem Koolhass - autor da nem sempre consensual, mas avassaladora obra. A certa altura da entrevista, interrogado sobre as explicações para a comoção que o edifício portuense chega a suscitar em alguns visitantes, diz:

"Bom, eu sou responsável por isso. Mas não sou responsável por explicar o que é que isso quer dizer [risos]. Acho que isso é uma das coisas terríveis do estado actual da arquitectura: dantes fazíamos coisas e ficávamos emocionados. Agora fazemos as coisas e ainda temos que as explicar. Temos que explicar às pessoas aquilo que devem sentir e assegurar-lhes que aquilo que elas estão a sentir é correcto. Eu não quero ter nada a ver com isso."

Dentro de limites razoáveis, limites tais que impeçam, por exemplo, subsidiar filmes de tela preta total, parece-me um ponto de vista muito interessante.

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