terça-feira, janeiro 17, 2006

Às urnas

Entramos em semana de eleições. Tem sido uma campanha de pequenas coisas, de pouca substância (aliás como todas as de que me lembro – é escusado anunciar a desgraça da democracia, que esta peça já vai longe do primeiro acto) de algum conflito, geralmente gerado por coisas de pouco interesse, e de muito mediatismo (ossos do rumo que o mundo leva).
Como convicto defensor de que a, já entediante, crise nacional tem as suas raízes na falta de massa crítica da nossa sociedade e não na desacreditada classe política que mais não é do que uma imagem em espelho fosco e com ligeiro efeito de lupa da dita sociedade, não acredito que as nossas vidas vão mudar substancialmente como consequência directa da eleição deste ou daquele candidato. As nossas vidas dependem sobretudo de nós! Do que fazemos por elas olhando, obviamente as limitações a que, por este ou aquele motivo, estamos sujeitos. Ainda assim, acho que as eleições têm a virtude de transmitir um sinal à sociedade e que este sinal pode ter o poder de influenciar certos sectores da sociedade e, por efeito dominó, acabar por atingir a sociedade como um todo. É assim que, geralmente, vejo as eleições e, por maioria de razões, vejo as Presidenciais do próximo Domingo.
Cabe a nós, então, dizer qual o candidato que pode ter um efeito dominó que seja positivo nas circunstâncias actuais do nosso país.
Defendo veementemente o voto como manifestação máxima da democracia. De uma democracia sem donos, não pertença ideológica de nenhum sector político, mas reflexo da possibilidade de todos dizermos presente e afirmarmos as nossas escolhas quanto às figuras que nos representam como entidade colectiva. É pela democracia conquistada e construída, a mesma que me permite não votar num seu “pai fundador” sem qualquer tipo de sentimento de divida, apenas porque por não o ver como melhor solução no contexto actual, que voto.

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