quinta-feira, setembro 15, 2005

Da quase perfeição II

aqui pensei sobre coisas que roçam a perfeição. Há, de facto, uniões que estão condenadas ao sucesso. Desta vez trago as palavras de Zeca Afonso unidas a mais uma grande voz feminina da colorida palete de tons femininos lusos- Mariza! À simplicidade tocante e densa das letras que o poeta juntou, num misto de ode à realidade, junta-se a densidade simples de uma voz plena de recursos! Da letra destaco os laivos de sabedoria popular e mensagem humanitária subentendida, da voz ... que destacar?! Oiçam...

Menino do Bairro Negro

Olha o sol que vai nascendo,
Anda ver o mar,
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão,
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Virá também
Negro, Bairro negro, Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo...
Se até dá gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar Menino a ti?
Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver
Negro bairro negro,Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar

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