quinta-feira, junho 18, 2009

Um americano (e um português) em Paris


No fim-de-semana passado foi tempo de fazer o tradicional passeio de autocarro panorâmico pela cidade. Faço quase sempre. Ajuda-me a seleccionar pontos de visita e a organizar mentalmente a geografia do local. Isto de andar de metro conduz, inexoravelmente, a uma geografia de toupeira certamente útil mas um nada escura. Vi imensas coisas: Paris tem mesmo muito que ver.
No Domingo visitei Les Invalides, uma obra mandada erguer pelo rei Sol para albergar os soldados inválidos e em fim de vida. Neste complexo, chamemos-lhe assim, dominado pelo sumptuoso Dome, podemos encontrar o túmulo de Napoleão, a magnífica Igreja de St. Louis des Invalides e os Musée de L'Armée e D'Histoire Contemporaine Por coincidência, no Musée de L'Armée, estava patente uma excelente exposição sobre as duas grande guerras mundiais. Até um uniforme dum soldado português da 1ª Grande Guerra tinha (não escapou a uma foto comigo, claro está!). A exposição fez, na minha cabeça, a ponte perfeita com o episódio da véspera a bordo do L'Open Tour...
Na verdade não era um americano, eram duas jovens americanas (bem ao estilo cheerleader) e eu. Foi um sem parar de barbaridades por aquelas bocas fora. Toda a viagem aquelas almas loiras falavam de tudo e mais alguma coisa, mostrando-se pouco interessadas nos pontos marcantes da viagem. Por mim, tudo bem. Não me pediram ajuda para o bilhete e concerteza não iam ter que fazer nenhum relatório da visita. Eis se não quando - estava o português todo entusiasmado a ver a estátua que representa a República Francesa, marco civilizacional de inegável importância - as americanas, até então absolutamete alienadas dos encantos de Paris, se levantam feitas malucas e se metem a tirar fotos como se não houvesse amanhã. Foi tal o espalhafato que, por um lado, despertou em mim curiosidade de ver o que se passava no sentido oposto à "Repúplica" e aos seus 3 lemas e, por outro, levou a uma agressão a uma delas por um galho de uma árvore. Como diz o poema, "Fui ver ..." era um McDonalds! Ah ok e um Burger King logo ao lado. Na boa, mas estou certo, que pelo menos, há mais cem...
A humanidade é assim, diversa, estúpida, encantadora. Somos mesmo todos diferentes e todos iguais. Americanos, portugueses, em Paris ou no Bangladesh. Vemos o mundo de maneiras diferentes. Não obstante tudo isso somos capazes de nos unir em torno de ideais comuns. Quando saí da exposição duas coisas não me laragavam o espírito: os números das desgraças e os mapas do desembarque dos aliados na Normandia. Nesses mapas, entre outras, a bandeira dos mesmos americanos que, face à "República", se fascinam com o seu McDonalds...

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