domingo, julho 26, 2009

Tanto por dizer ...

Tanto por dizer ... e tão pouco tempo! Quando decidi retomar este meu velho amigo, prometi a mim mesmo que, jamais, deixaria que ele se tornasse, outra vez, numa quase obrigação. Tenho me mantido fiel a essa minha decisão ainda que, não raras vezes, tenha tido imensa vontade de escrever. A essa pulsão tem se oposto a maldita limitação das 24 horas que um dia tem e o cansaço inerente a esta vida dupla de vulgar trabalhador e turista!
Mas nunca é tarde e, assim, ficam algumas pinceladas do que tem sido a tela destes últimos dias:

14 de Julho 2009 - A ferro e fogo
Feriado nacional em França. Comemoração da queda da Bastilha e celebração do orgulho nacional gaules (que tanto me tem dado que
pensar: a seu tempo...). D
ia para pic-nic com os amigos da Maison du Portugal no Champs de Mars, mesmo em frente à Tour Eiffel, para se poder assitirao fogo de artifício que, este ano, também evocava os 120 anos da atracção turística mais famosa do burgo. E lá fomos nós, munidos de sandes, para um mar de gente. Antes do fogo, espaço para o concerto do estranho fenómeno Johnny
Hallyday que parece entusiasmar os franceses de uma forma, para muitos, incompreensível. Digamos que é uma espécie de cruzamento entre Tony Carreira e Marco Paulo. E mais não digo. O fogo, por seu turno, foi magnífico - ainda que quase que tenhamos ficado a ver as folhas das arvo
res em vez do fogo, acidentes de percurso ... Já não fazia um pic-nic há algum tempo e, soube muito bem, especialmente neste contexto e acompanhado dos novos amigos de Paris.

23 de Julho de 2009 - É como ir a Roma e não ver o Papa
É isso que se pode dizer de quem vem a Paris e não sobe à Tour
Eiffel! A menos de duas semanas da pa
rtida quase que sentia uma dupla guilhotina do tempo (cronológico e atmosférico) sobre a minha visita à cidade-luz. Ad
iado várias vezes e por circunstâncias diversas, o sonho de qualquer turista nesta cidade tinha que ser cumprido. Assim, naquela quinta-feira resolvi que tinha que ser. Aproveitando um período de céu limpo, num dia que já tinha dado céus para todos os gostos, saí do hospital e lá fiz as - não sei quantas - estações de metro até ao ex libris parisiense. Será que vocês conhecem alguém com azar suficiente para apanhar uma tempestade em plena torre? Claro que sim: sou eu! De facto, estava eu todo contente de máquina fotográfica ao alto no segundo andar da torre quando as nuvens, que já há algum tempo via aproximar-se, descambaram em chuva abundante, relâmpagos e trovões. O cãos entre os visitantes! Alguns (bons 15) minutos depois, a coisa começou a acalmar e eu, qual golpista, armo de ir para fila que dava acesso ao derradeiro patamar da estrutura metálica, antes que aquele povo todo voltasse a alinhar-se fazendo a subida menos atraente de tão demorada. Com isto tudo ganhei uma série de fotos interessantes de arco-íris a uma altura pouco habitual. Peripécias à parte, a subida é uma
experiência única! Jamais, em tempo algum, sonhem em vir a Paris e não subir à torre. Faltam adjectivos para classificar a vista e a sensação da derradeira
subida é, ousando adjectivar, avassaladora: no fim, sentia-me no topo do mundo!

25 de Julho de 2009 - A Paris do século XX
Ontem foi dia de conhcer uma das zonas mais modernas da capital francesa: La Defense. O aglomerado de edifícios já por diversas vezes avistado dos outros miradouros da cidade impressiona mais ao longe do que ao perto. A área resulta bem como todo, mas individualmente os edifícios deixam muito a ideia - e sai francesismo - de déjà vu. Apesar de qualquer consideração estética que se possa fazer, a vista do Grande Arch é fenomenal e o, bem conseguido, paralelismo entre este arco e o Arc de Triomphe enquanto a esplanada se estende até ao Sena fazem o
conjunto valer bem a visita. Não posso deixar de aludir à presença de Mário Soares no Grand Arch. Não em pessoa, é certo, mas no filme que narra a construção do monumento e em que a visita às obras do, então, Presidente da República Portuguesa tem um destaque
, digamos, inusitado.

26 de Julho de 2009 - Da beleza natural de Vincennes ao mamarracho de Montparnasse
Começa-se a sentir no ar o cheiro a fim.
Restam poucos dias e, ainda que numa cidade como esta haja sempre coisas por ver, todos os objectivos que tinha traçado estão alcançados. O Chateaux de Vincennes e o bosque nas suas imediações era um dos últimos destinos. O complexo palacial preferido dos monarcas franceses antes da construção de Versailles, tem pouco que ver com o resto edificado parisiense. É muito mais medieval e tem um encanto diferente. O parque, por seu turno, hoje vibrava de gente. Concertos de jazz e toda uma série de animações faziam deste lugar, bonito é certo mas um pouco banal, um excelente destino numa tarde de Domingo.
De regresso ao centro de Paris, mais uma subida. A Tour Montparnasse (aquilo que, em Portugal, daria lugar a petições para demolição e que parece encher de orgulho os parisienses), malogrado ser bastante desgradável esteticamente, proporciona uma vista formidável a 360º sobre toda a cidade. Acabou por se tornar um excelente síntese de tudo quanto tenho visto e vivido e funcionado como uma espécie de ponto final naquilo a que podemos chamar visitas organizadas.
Cheira já, de facto, a fim ... mas ainda há 5 dias para viver Paris.

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2 Comentários:

Às 11:10 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Vidinha boa. Sim Sra! Volta que estas aperdoado!

 
Às 4:41 da tarde , Blogger Rosa Carneiro Pais disse...

Alô Portugal! Regresso à vida real!

 

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