sexta-feira, abril 29, 2005

Pedro, Inês e demais figuras

Ando já há muito para escrever sobre a espécie de frustração que me assola sempre que vejo uma grande produção cinematográfica baseada nalgum tema histórico. Muitas das vezes são argumentos repetidos ou, pelo menos, adaptações não muito originais. Com tantos episódios interessantes, Portugal e a sua história podiam fornecer base para argumentos bem mais interessantes que a maioria do que se tem visto ( vide «Shakespeare in Love» - e ganhou isto o Oscar para o melhor filme ...), assim tivessemos capacidade de lobby sobre a poderosa indústria de Hollywood e afins.
Hoje, parece que as estrelas se conjugaram de forma a que, por mais que uma vêz durante o dia, desse "de caras" com o tema D. Pedro e Inês de Castro. A primeira, foi a notícia do JN que dá conta do facto de Moita Flores estar a escrever uma adaptação televisiva do mito deste amor proíbido para a RTP. A segunda, n'A Dois, onde -veja-se a coincidência - num dos programas da tarde, a convidada era uma doutorada no mito de Pedro e Inês ... Como sempre achei que este tema daria um excelente argumento cinematográfico, com misticismo, acção e romantismo muito bem ponderados, cá vim escever o post (depois de tanta coincidência achei melhor fazê-lo rápido!).
Entre os outros episódios que dariam grandes argumentos, encontram-se, na minha opinião:
  • Aljubarrota e sua padeira
  • Morte do Conde Andeiro/ início da dinastia de Avis
  • ...

E vocês que episódios escolheriam?

Como não constituímos um lobby a nível mundial, ficamos limitados a produções nacionais (geralmente televisivas), que por mais cuidadas e melhor intencionadas que sejam não fazem juz ao interesse intrínseco e literário que, a meu ver, a história do luso povo tem. Mas, já agora que estou numa de nacionalismo, quem perde é o resto do mundo...

terça-feira, abril 26, 2005

Abril, sempre

Ontem comemorou-se Abril. Não vivi - é com com alguma inveja, aquela inveja de quem pensa ter perdido um grande acontecimento, que o digo - aqueles dias de libertação, mas não consigo conceber um país em que eu não pudesse vir aqui escrever o que bem entendo sem que um lápis de uma cor que até aprecio muito tentasse (e conseguisse) interferir. Às vezes tento imaginar-me a viver naqueles dias de Abril de 74 ... os do pós-25 porque, dos anteriores, não há que ter saudades!
Fica pois, aqui, o meu pequeno tributo a Abril, não ao Abril dos militares, não ao Abril dos políticos, não ao Abril da esquerda ou da direita, mas ao Abril que nos permite a todos escolher aquilo que queremos ser - esse Abril de cravos e sem sangue nas ruas!

domingo, abril 24, 2005

Por uma Ca(u)sa

Porque penso que me devo associar a esta causa:

Defesa do interesse público

segunda-feira, abril 18, 2005

Provincianismo

Serve o título deste post para ironizar com eventuais, previsíveis e, mais ou menos descabidas, acusações que me venham a fazer na sequência deste singelo texto...

Já alguém reparou na forma como as Agendas Culturais são apresentadas nos media portugueses?! Eu ajudo a relembrar:

  • "Peça X" no Teatro Nacional D. Maria
  • "Peça Y" no Teatro Nacional São João, no Porto
  • "Peça Z" no Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo
  • "Peça K" no Teatro Tivoli
  • "Peça P" no Teatro Rivoli, no Porto
  • Espetáculo dos "Canta Manel" no Fórum Luisa Todi, em Setúbal
  • "Peça R" na Cornucópia
  • "Peça S" no Teatro Sá da Bandeira, no Porto
  • ...

Acho isto de uma arrogância "intelectualóide" incrível: presumir que o comum dos portugueses tem a obrigação de saber que determinados espaços culturais se situam em determinada cidade e que outros necessitem de localização geográfica. mais ou menos precisa... Se calhar Portugal é mesmo essa cidade (que por acaso até aprecio muito) e o resto é paisagem ... e claro, eu sou terrivelmente provinciano!

quarta-feira, abril 13, 2005

Re-pensamento

Não é que não tenha outros pensamentos a exigirem tradução binária, mas hoje quero recuperar um dos meus primeiros posts. Hoje passei algum tempo numa sala de espera de um estabelecimento hospitalar público e foram tantos os disparates que ouvi e as cenas trágico-cómicas a que assisti, que não resisto a trazer aqui um post escrito há algum tempo na sequência de uma vivência em tudo semelhante. Uma espécie "dejà écrit" ...

domingo, abril 10, 2005

Enigma 15

Há muito que não havia
Enigmas para desvendar
Vamos então retomar
A rubrica que tanto sucesso fazia.
Comecemos pois por esclarecer
Quem nas tropas deve mandar
É fácil de perceber
De quem se está a falar.

Conhecida a primeira figura
Há que, com cuidado, procurar
Sítio onde tal figura pode viver
Ainda que isto vos possa surpreender.
Criada a confusão
Vamos a esclarecer
Há mais um local com tal nome
A terra que uma bela flor viu nascer.
É, pois, o nome do destino final
Que devem responder,
Só vos alerto para uma coisa:
A flor de que falo, não é de colher!

quinta-feira, abril 07, 2005

Pensamento de um arquitecto

Deve haver algo de muito masoquista em mim ... ainda mal digeri o malfadado facto de não ter conseguido bilhetes para a inauguração da Casa da Música e cá estou eu de volta ao mesmo assunto! E pensar que este espaço ostenta, arrogantemente, o apelido de "diversos"! Adiante, melhores dias hão-de vir ...
Desta vez, trago-vos um excerto da entrevista de Rem Koolhass - autor da nem sempre consensual, mas avassaladora obra. A certa altura da entrevista, interrogado sobre as explicações para a comoção que o edifício portuense chega a suscitar em alguns visitantes, diz:

"Bom, eu sou responsável por isso. Mas não sou responsável por explicar o que é que isso quer dizer [risos]. Acho que isso é uma das coisas terríveis do estado actual da arquitectura: dantes fazíamos coisas e ficávamos emocionados. Agora fazemos as coisas e ainda temos que as explicar. Temos que explicar às pessoas aquilo que devem sentir e assegurar-lhes que aquilo que elas estão a sentir é correcto. Eu não quero ter nada a ver com isso."

Dentro de limites razoáveis, limites tais que impeçam, por exemplo, subsidiar filmes de tela preta total, parece-me um ponto de vista muito interessante.

domingo, abril 03, 2005

Celadon

Valeu bem a pena!
Um texto muito bem escrito, brilhantemente adaptado à realidade portuense onde isso fazia sentido!As duas palhaçar divertem-se e divertem-nos. Os imponderáveis acontecem... perdigotos a voarem... enfim: "uma rambóia", tudo potenciado por aquele estranho fenómeno de massas que nos leva a rir porque o vizinho se riu, numa espécie de efeito dominó cómico.

Foi tão bom que quase me consegui abstrair do facto de não ter conseguido comprar bilhetes para a inauguração da Casa da Música .... grrrrrrrrrrrrr!! Inspira ... expira, inspira ... expira ...

PS: alguém sabe o que signifca Celadon?