Há qualquer coisa de terrivelmente estranho nas entrevistas de rua. Deve haver um qualquer efeito psicodepressor das câmeras e microfones que tornam os seres humanos em qualquer coisa entre as Escherichia coli e uma anémona!
Eu próprio já fui apanhado numa destas situações. Entrevista para um programa deprimente, daquele género pseudo-jovem "ya tamos fixes vamos curtir bués", da extinta NTV*: felizmente ninguém viu ou a esta hora ainda andava em psicanálise intensiva.
A comprovar a minha teoria sobre as entrevista de rua, deixo aqui uma tradução livre (tão fiel quanto esta memória reles permite) de uma entrevista de rua a uma senhora com aspecto de sexagenária no programa do Jay Leno, a que o apresentador chama Jay Walking:
Jay Leno (JL): "Cidade do México é a capital de que país?"
Senhora com aspecto de sexagenária (SCAS): " Estados Unidos ...?"
JL: "Nãoooo, a nossa capital é Washington, DC!"
SCAS: "Oh meu deus!" (risos)
JL: "Vá lá, concentre-se. Repare, na pergunta está uma pista! Cidade do México é a capital de que país?"
SCAS: "Não consigo - risos - eu sei que sei mas não consigo dizer!".
Não, não me enganei. Acho que é mesmo TODOS (ou muito perto disso). Uns porque, como eu, querem que ele seja Presidente da República, outros porque, tendo se candidatado com o estranho (e quase exclusivo) objectivo de derrotar Cavaco Silva ficariam numa posição a roçar o ridículo se ele o não fizesse!
Começa por terras algarvias A viagem que todos iremos fazer Lá nasceu o almirante Da aventura que vamos empreender. Rumem por esse caminho de águas Até ao destino que nos deu glória. Mas têm que voltar ao velho continente Para continuarmos esta história. De volta a areias pátrias Descubram uma Infanta Que o seu nome veio a dar A terras do novo mundo, do outro lado do mar. E para esta infanta casamento arranjar Ela, que tanta infusão, havia de tomar Lá teve a pátria lusa Algumas terras que doar. Eu sei que está confuso este enigma Talvez seja demasiado circular Mas basta ligar o início ao fim Para a solução desvendar. É em terras a que levava o caminho de mar Que fica a resposta que têm que dar.
Numa altura em que quase já não suportava os sapos porque, quase sempre, são crazzy e me irritam sobremaneira, eis que sou surpreeendido por este (outro) sapo maluco:
Se é universal que ganha quem mais marca, quase tão consensual é que aquela taça foi parar às mãos erradas! Desculpem lá este post absolutamente faccioso, mas é uma espinha que está ainda muito atravassada na minha garganta. E depois do não apuramento dos Campeões Europeus para o Mundial, senti necessidade de deitar a espinha fora ... ainda não saiu toda!
Há muito que estou para mudar o som do pensamento.
Desta vez trago a banda sonora do filme «Adeus Lenine», um retrato muito agradável das transformações que ocorreram na Alemanha após a queda do estúpido muro da sua capital. O tema é abordado da perspectiva familiar e pessoal, através do drama de uma mulher que entra em coma antes da queda do muro e só recupera a consciência bastante tempo depois. Uma excelente visão de como podemos ser agarrados ao passado e de como o futuro pode parecer medonho se não compreendermos o presente. Vale a pena ver.
Já agora espero que gostem deste novo som para os Pensamentos Diversos!
Havia tanto sobre o que pensar neste fim-de-semana, mas eu debruço-me sobre uma coisa extremamente importante: porque é que a música do hino doo Liechtenstein tem a mesma música que o "God Save the Queen" do Reino Unido?!!! Repararam nisso? Eu achei estranhissimo durante o jogo de Sabado: ia jurar que isto é hino inglês! Fui confirmar e é mesmo, mas não faço a mais pequena ideia porquê!
Espero colaboração nesta dúvida cujo esclarecimento pode mudar as nossas vidas!
Quanto aos factos desportivos e políticos do fim-de-semana de (aparente) maior interesse... Em relação aos primeiros, a irritação impede-me de comentar e sobre os segundos já me enjoa um bocado ouvir/ler ...
Recentemente tenho redescoberto o prazer de ver televisão. (Re)Descobri dois momentos muito agradáveis na RTP Memória:
Com a verdade me enganas
Missão Impossível
O primeiro é um concurso, de certo se lembram, da época em que o Herman José era um excelente humorista (em oposição ao péssimo entertainer em que se tornou) e em que o nome Rute Rita soava familiar (sim porque isto não é nome que se use!). O segundo, um clássico das séries de acção: do melhor que já se fez que , por mim, valeria a pena só pela banda sonoroa genial!
Se calhar nem são programas nada de especial, mas comparados com a indução do vómito incontrolável que a maioria dos canais generalistas me provoca, sinto-me num paraíso televisivo!
Domingo lá é dia de ir exercer direito e dever de votar. Podiamos falar da bondade desta dupla adjectivação mas ... não temos tempo! Desta vez, a campanha foi marcada por coisas do género "não lembra nem ao menino jesus" ou, para os menos católicos "... ao pai natal", que sempre dá um toque mais comercial e contemporâneo. Os casos são conhecidos: autarcas com problemas na Justiça (esse exemplo de rapidez e bom senso) e sem o aval dos partidos a que fizeram/fazem parte decidem avançar com candidaturas "independentes". Fatinha, Valentão, Tininho e o senhor que se candidata porque acredita "sobretudo na justiça divina" (sic) estão aí para as curvas. Para mim, sendo certo que nenhum deles teria moral para lançar nesta corrida (mas quem sou eu para dar lições e moral?!), não me parece correcto nem saudável meter no mesmo saco (azul ou de outra cor qualquer) condenados, fugitivos e suspeitos, ainda que no fim se prove que esta farinha proveio do mesmo saco. Há depois, um personagem a quem acho particularmente trágico-cómico. Ainda que o estilo colha, o conteúdo é absolutamente irritante e intelectualmente desonesto: sempre pronto a com uma graçola ou posição pseudo-irreverente julgar os outros. É Francisco Louçã. Ainda há uns dias se enaltecia pelo facto de o BE sero único partido que não tem autarcas a braços com a justiça! Mas não se terá ele apercebido que para isso é condição sine qua non ter autarcas?Por uma questão de probabilidades, era quase impossível o BE ter autarcas com processos jucidiciais.
Enfim, vai haver eleições, estou certo que pouco vai mudar. Ganharão aqueles que quisermos, a nós nos devemos culpar ou vangloriar. É por isso que, tal como Manuel Serrão escreve na edição do JN, "...voto útil é um pleonasmo. Se o voto não fosse útil não era voto". Eu, portanto, vou votar, em consciência e com consciência de que pouco vou mudar, mas é útil que diga por meio das cruzes o que penso.
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